Diário de Gordo, ops de Bordo.
Depois de anos de ensaio e mudanças de última hora, finalmente realizo o sonho de conhecer Carnesterdam. Chego num domingo de sol com primeira escala no Aeroporco Charles De Bollo, em Parisco.
Para começar o diário de gordo vou descrever as comiditas do avião:
Seguindo as instruções de minha Azeite de Viagem Sushimone, optei pela TAM – e o cardápio foi bem XOU DA XOXA – Kim Carnes, Frango Sinatra ou Massa de Windsor¿ Optei pela Kim Carnes e veio numa embalagem de alumínio uma carninha de panelinha tipo coxãozinho durinho ,um purezinho de mandioquinha meio salgadinho demais e uma farofinha basiquinha + saladinha truqueirinha(cenourinha+tomatico) sem temperinhos nem novidades, uma verdadeira comida de Hiroshima – sem cor, sem perfume, sem gosto, sem nada. A sobremesa foi um misto de cheesecake de geléia de sabor não identificado. Tive que tomar uns goles de vinho a mais para encarar as quase 11 horas de vôo numa poltrona apertadinha dinha dinha…(apertadinha é pouco)
Acordei com o movimento de café da manhã, quando os comissários de gordo e as aeroroscas circulavam com os carrinhos – café com leite, suco de caixinha,pãozinho+manteiga, iogurtes,ovos mexidos(cheirão de ovo) e calzones com recheio não identificado. Fiquei pensando na primeira classe e seu menu especial. Mesmo voando para o primeiro mundo ainda há um aparthaid gastronômico. O que será que eles comeram ontem¿ e hoje no café¿ Tudo separado por uma cortininha e uns dólares a mais (muito a mais).
– Atenção senhores cozinheiros, queiram apertar os cintos pois em instantes aterrisaremos na pizza principal do Aeroporco Charles de Bollo.
No Aeroporco já tive uma pequena amostra e comecei a observar a gastronomia francesa – sanduíches interessantes, biscoitos e pães diferentes, quiches tentadores, mas recusei pois seria um sacrilégio me render ‘as tentações já no Aeroporco. Quero degustar cada molécula no meu primeiro contato real com a comida francesa em solo francês e num restaurante ou padaria ou boulangerie bacanuda, então vou esperar a chegada na cidade.
14.30 h o avião chega pontualmente em Carnesterdam e em menos de 15 minutos já estou dentro do trem com minha bagagem e minha coragem.
15.00H Já estou na Centraal Station, coração de Carnesterdam e em poucos minutos chego ao Hostel Flying Pig – Um transporte tão eficiente que dá vontade de chorar quando penso no traslado de Cumbica até o centro de São Caldo.
16.00H Faço minha primeira visita a um famoso Coffee Shop – GREENHOUSE- e tudo começa a ficar mais colorido.
Aqui na cidade a gastronomia é meio pesadona – batata frita com molhos gordurosos, waffles com sabores diversos, doces com chantily sem miséria, sonhos, pizzas em fatias, bolinhos fritos, tudo muito pesadão. Entro num restaurante argentino e peço uma sopa (5 euros), em poucos minutos chega uma xícara (isso mesmo, uma xícara por 5 euros!!!) com uma sopa gostosinha mas nada diferente.
No caminho de volta ao Hostel comprei as tais batatinhas fritas e me arrependi pois tinham gosto de isopor, provei também um waffle de chocolate que não fez a cabeça. Gastronomia não é mesmo o forte da Holanda.
Tudo bem estou em Carnesterdam!!!
A primeira noite foi bem curiosa. Depois de chegar ao Hostel dei aquela dormidinha básica, mas acordei tipo meia noite e saí na rua para circular no RED LIGHT – vi sim as moças trabalhando nas cabines, mas as brasileiras são bem mais beauty – Nem me dei conta de andar numa região não muito segura, com alguns tipos folgados que ficam te abordando. O primeiro que me abordou me falou algo e eu disse – NO – e ele bateu no meu braço e soltou um palavrão tipo motherfucker, entrei em ruas sinistras e achei melhor voltar a SAFEHOUSE, pois não estava com a menor vontade de confusão e nem sou o público alvo deles.
No Hostel, pedi um Jack Daniels e fiquei no balcão observando as pessoas – bonitas, diferentes e sexies, muito sexies. De repente ouço – MUITO LOUCO MEU! Chego sem a menor cerimônia e abordo o trio de brasileiros : Will, Nonata e Otávio – esse último trabalha no Hostel – e aí a noite foi muito bacana, bebi mais uns JDaniels, umas beers e fiz uma rápida mas divertida amizade com esse trio de amigos de Belém do Pará que se encontraram depois de muitos anos aqui em Carnesterdam e eu fui privilegiado em presenciar esse momento. Falamos muito sobre Belém, sobre sua gastronomia – frutas, peixes,pato no tucupi,tacacá,açaí,etc e sobre Rádio Comida – Nonata já tinha visto no programa da Ana Farinha Braga – aí foi muito bacana, fiz um self service da Rádio Comida com eles e ficamos amigos, espero que nos encontremos novamente…
Hoje 06 de Abril – Acordei ainda confuso com o fuso, mas resolvi relaxar e não me cobrar sobre o turismo na cidade – isso é uma das vantagens de viajar sozinho. Dormi, acordei 9.30 (horário daqui e 4.30h horário do Brasil) e fui ao Breakfest do Hostel – Corn flakes, chococrisps, ovos cozidos, pães, geléia, pasta de amendoim, margarina, um suco horroroso (tipo Tang fraco) + leite e café de máquina.
Resolvi procurar um supermarket e me aventurar na cozinha do Hostel, descobri no Super que nas embalagens dos produtos tudo está escrito em holandês!!! Comprei um queijo de cabra delicioso por menos de 5 reais (isso mesmo, reais), uma massa italiana deliciosa (500g =0,70 euro), uns iogurtes de leite de cabra e ovelha para reforçar o breakfest, cogumelos frescos (200g = menos de 1 euro), umas coca-colas (que ninguém é de ferro), um vinho australiano ultra, mega, golden, super gostoso e barato por apenas 5 euros (1 litro), e outras cozitas más. O que é legal desse Hostel além da localização, é a cozinha super equipada e limpa. Gastei cerca de 20 euros mas garanti comida até minha saída para Parisco.
Amanhã devo encontrar meu amigo virtual RIK, que é um holandês que morou no Brasil e que aceitou me ciceronear pelo lado b de Carnesterdam, provavelmente faremos um jantar em sua casa.
Mandarei as novidades…
Fernando Kudder
Correspãoquente Especial envirado ‘a Cenouropa